sábado, 12 de fevereiro de 2011


"Afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil, delicado e penetrante dos sentimentos. Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos, as impossibilidades, quando há afinidade, qualquer reencontro retoma a relação, o diálogo, a conversa, o afeto no exato ponto em que foi interrompido. Ter afinidade é muito raro, mas quando existe não precisa de códigos verbais para se manifestar. Irradia durante e permanece depois que as pessoas deixaram de estar juntas. Afinidade é ficar longe pensando parecido a respeito dos mesmos fatos que impressionam, comovem ou mobilizam. É ficar conversando sem trocar palavras. É sentir e não ter necessidade de explicar o que está sentindo. É olhar e perceber. É mais calar do que falar, ou, quando falar, jamais explicar: apenas afirmar. Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças. É conversar no silêncio, tanto nas possibilidades exercidas quanto das impossibilidades vividas."

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